A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um movimento específico, e é considerada uma capacidade física importante para o condicionamento físico não só para atletas profissionais como também para amadores.
No passado, alguns estudos demonstraram que o treinamento de força induz a hipertrofia das fibras musculares, promovendo diversas adaptações ao organismo, podendo levar a uma atenuação da capacidade oxidativa dos músculos. Sendo assim, muitos atletas de resistência como corredores de curta e longa distância não utilizavam o treinamento de força muscular temendo comprometer seu desempenho de resistência.
Atualmente a ciência tem demonstrado que o treinamento simultâneo de força e resistência não prejudica o desempenho da resistência, e mais, indicam uma melhora na resistência muscular através deste tipo de treino. Portanto, ao contrário do que se falou há algum tempo e do que muitos pensavam, o treinamento de força não prejudica o condicionamento físico, podendo até incrementá-lo. O treino de força vem ocupando lugar de destaque como forma de preparação física complementar, sobretudo para a prática da corrida.
Esse tipo de treino pode ser realizado através da musculação convencional, do treinamento funcional ou até mesmo associado a equipamentos específicos, como as plataformas vibratórias, os dinamômetros isocinéticos e os aparelhos de eletroestimulação neuromuscular.
A prática da musculação melhora a economia de corrida em corredores de longa distância. Esta economia refere-se ao gasto energético para uma determinada velocidade de corrida. Sendo assim, uma melhora neste aspecto corresponde a um menor gasto calórico para manter o esforço físico a uma determinada velocidade. A economia de corrida está relacionada a um menor tempo de contato do pé com o solo e uma maior velocidade de deslocamento por parte do atleta.
É importante ressaltar que antes de iniciar um treinamento de força, o corredor, pode fazer alguns testes para saber qual a sua força muscular e onde ele deve especificar seu treinamento. A Avaliação Isocinética, é hoje, a maneira mais confiável de medir a força muscular e identificar possíveis desequilíbrios relacionados à atividade física.
Especificamente para o indivíduo que pratica a corrida é importante priorizar no treinamento de força em músculos do membro inferior (coxa, perna e panturrilha), alguns músculos do tronco (abdominais e paravertebrais) e nos músculos dos membros superiores que também participam do movimento da corrida. Esses músculos, além de serem os mais utilizados durante a corrida, são também importantes para a estabilização das articulações, ou seja, quando trabalhados de forma eficiente, auxiliam na prevenção de instabilidades e de desequilíbrios musculares que podem estar associados com o aparecimento de lesões.
Cada tipo de treinamento (Hipertrofia, Potência e Resistência) segue uma programação de acordo com o número de séries, número de repetições por série, carga de treinamento e velocidade do movimento. Portanto, um treino de força muscular eficiente, deve ser muito bem elaborado, estando atento aos detalhes para que este traga todos os benefícios possíveis esperados pelo corredor.
Sendo assim, recomendo que os treinamentos sejam feitos e acompanhados por profissionais especializados nesta área e que sejam capacitados para tal função.